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terça-feira, 25 de outubro de 2011

Supere o medo de dirigir


Clínicas e profissionais especializados ajudam aqueles que tremem só de pensar em tocar no volante

Para a funcionária pública Juliana Cardoso dos Reis, comprar o primeiro carro não foi motivo de comemoração. Ela, que sempre teve medo de dirigir, pensou que, ao adquirir um veículo, iria superar a limitação. Contudo, cada vez que olhava para a garagem, suas mãos tremiam e o estômago embrulhava. “Até o cheiro do carro novo me deixava nauseada. Cheguei a dirigir pelo meu bairro, mas me desesperava com qualquer buzina”, conta. Depois de vê-lo estacionado por um ano, Juliana resolveu buscar tratamento.
Alguns especialistas dizem que o medo de dirigir é mais comum do que se pensa, mas não há estatísticas disseminadas sobre isso. A Clínica Psicológica Cecília Bellina, que funciona desde 1994 em São Paulo e hoje tem unidades em sete municípios, já atendeu cerca de quatro mil pessoas com esse problema. Uma delas foi Juliana, que, por nove meses, participou de terapias em grupo e dirigiu acompanhada por um profissional. “Para perder o medo, é essencial aproximar-se do carro gradativamente”, explica a psicóloga Cecília Bellina, dona da clínica. “Depois, em grupo, cada um verbaliza o que sentiu.”
Poucas vezes o medo de dirigir é compreendido pela família e pelos amigos, que acham que o nervosismo é apenas excesso de cautela ou pânico de iniciante. “O medo saudável é diferente daquele que impede a pessoa de entrar em contato com o veículo”, diz Cecília. Ao contrário do que se pensa, quem sofre dessa fobia não necessariamente se envolveu em um acidente ou teve algum trauma no trânsito. “Em sua maioria, são pessoas perfeccionistas que não se permitiram o período de errar e acertar na direção”, afirma a psicóloga Neuza Corassa, autora do livro Vença o medo de dirigir: como superar-se e conduzir o volante da própria vida. “Ao deixar de praticar, o medo só cresce”, completa Neuza.
Situações temidas pelos melhores motoristas ganham dimensões desproporcionais para aqueles que sofrem com o problema. Subidas íngremes, vagas de estacionamento apertadas e congestionamentos muito caóticos são motivos de desespero. “Ficava tão nervosa que me colocava em risco”, conta Juliana. “Se estava no trânsito e alguém começava a buzinar, eu me desesperava e jogava o carro para qualquer lado”. Mesmo tendo o carro na garagem, Juliana preferia andar de ônibus e se sentia aliviada por não estar dirigindo.

Apesar de a fobia impedir que parte das pessoas consiga entrar na autoescola, mais de 80% delas têm carteira de habilitação. “O medo, muitas vezes, foi originado na própria autoescola”, afirma Cecília Bellina. Se alguém passa pelas aulas e aprende apenas o suficiente para ser aprovado no exame, depois não consegue enfrentar os verdadeiros desafios do trânsito e se apavora em qualquer situação. “Com uma carteira mal tirada nas mãos, você simplesmente não sabe dirigir”, completa Cecília.

Procurar um tratamento especializado é um passo importante para a superação do medo. Por não se tratar de uma fobia tão comum, as pessoas demoram a buscar ajuda e recorrem aos profissionais só em último caso. “O começo é muito difícil, e você não consegue acreditar que aquilo vai funcionar”, relembra Juliana. “Mas ter apoio e incentivo é essencial.”

Para quem quer dar os primeiros passos sozinho, a psicóloga Neuza Corassa elaborou um roteiro com dicas para se reaproximar do carro:
  • Faça um relaxamento, respirando lentamente para controlar a ansiedade. Isso vai ajudar a manter a calma.
  • Comece a se aproximar do carro ainda na garagem. Entre no veículo, ajuste o banco e se acostume com o espaço. Quando se sentir à vontade, ligue e desligue o veículo.
  • No início, dirija em ruas tranquilas e faça percursos curtos. Dar voltas no quarteirão em horários sem movimento é uma boa opção.
  • Escolha um ou dois trajetos para repetir sempre. Isso evitará a ansiedade nas primeiras vezes.
  • Organize-se para praticar a direção pelo menos duas vezes por semana. Aos poucos, essa será considerada uma tarefa do dia a dia. O hábito ajuda a ganhar confiança.
  • Quando se sentir mais à vontade, trace trajetos mais longos, mais movimentados ou com trechos mais difíceis, como subidas.
  • Não se assuste com os sintomas da ansiedade que aparecem nas primeiras experiências ao volante: tremedeira, taquicardia, transpiração. O desconforto físico é normal, porém, aos poucos, vai diminuir.
     

"E treinar, treinar e trainar para obter experiência!"

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