O objetivo dessa obra é:
"Disponibilizar informações, de forma acessível, a todos os cidadãos conscientes sobre o tema, ressaltando a importância da identificação precoce do bullying. Visa, também, apresentar posturas e ações que podem minimizar a incidência do problema e suas conseqüências desastrosas em curto e longo prazos."
Atualmente a prática de bullying está em evidencia, e é bastante divulgada, através da TV, de filmes, da internet, de livros. Enfim, a prática deste ato podre sempre esteve presente nos meios escolares e até no trabalho.
Afinal o que é bullying? De origem inglesa e sem tradução no Brasil, é utilizada para classificar o conjunto de atividades violentas (físicas e/ou psicológicas) de caráter intencional e repetitivo, no meio escolar, tanto de meninos e meninas, sem apresentar uma justificativa plausível. Simplesmente o agressor sente prazer em tortura à vítima. Sim, considero a prática de bullying uma tortura.
O bullying é praticado por um agressor (bully) contra uma ou mais vitimas que não tem meios de se defender. Seus alvos prediletos são indivíduos tímidos ou reservados, normalmente são frágeis fisicamente ou apresentam alguma “marca” que as destacas da maioria. Os agressores possuem em sua personalidade traços de desrespeitos e maldades. Normalmente o bully tem a ação covarde de agir em “bando”, dificultando uma possível defesa da vítima.
O livro é muito bem dividido e englobam vários pontos úteis, tais como:
Formas de Bullying: que são expressos em variadas formas, como verbal (ex.: insultar, xingar, fazer gozações), físico e material (ex.: bater, roubar, ferir), psicológico e moral (ex.: excluir, humilhar, irritar, difamar), sexual (ex.: abusar, violentar, insinuar) e atualmente o virtual, conhecido como ciberbullying.
Conseqüências psíquicas e comportamentais: agravando problemas preexistentes ou abrindo quadros graves de transtornos psíquicos e/ou comportamental. Tais como fobia escolar, fobia social, depressão, anorexia e bulimia. E quadros menos freqüentes como a esquizofrenia, suicídio e homicídio.
Quem maltrata, quem sofre, quem assiste, ou seja, os personagens dessa tragédia podem ser identificados. Basta ter atenção!!
A influência do tempo, do meio, dos pais, dos educadores e dos personagens do bullying, são abordadas no capítulo 3. Temos um panorama global dessas mudanças.
O Capítulo 4 é super interessante!! A autora compartilha de uma forma simples, os traços que definem a personalidade – que são definidos pelas manifestações da vida ao redor. E o temperamento que diz respeito aos traços biológicos que herdamos. Um ponto curioso exposto neste capítulo é a parte ‘A Escola Como Uma Microssociedade’. Enfim, o objetivo deste capítulo é mostrar que:
"Nunca julgue as situações ou as pessoas pelas aparências. Não se esqueça que grandes livros, ás vezes, possuem capas simples ou incapazes de fazer jus ao conteúdo. Pessoas diferentes têm a fabulosa missão de nos ensinar o respeito, a tolerância e o aprendizado que as adversidades são capazes de geras."
A origem e trajetória do bullying são discutidas em um capítulo próprio. No inicio dos anos 70, na Suécia, onde grande parte da sociedade demonstrava preocupação com a violência entre estudantes no âmbito escolar, a prática de bullying passou a ser objeto de estudo cientifico. Após acontecimentos dramáticos na década de 80, na Noruega, Dan Olweus, pesquisador da Universidade de Berger, iniciou um estudo onde o objetivo principal era avaliar as taxas de ocorrência e formas pelas quais o bullying se apresentava na vida escolar das crianças e dos adolescentes de seu país. Somos transportados para os dias atuais e esta prática ganhou bastante intensidade.
O ciberbullying é a prática do bullying através de meios tecnológicos. Os agressores são extremamente covardes e sem piedade. Por causa do anonimato, os ataques são mais intensos e lesam principalmente o mental e a dignidade da vítima escolhida.
Infelizmente, esta maldita prática tem variações: Mobbing, Professores Violentos, Bullying Homofóbico, Trotes Universitários, Delinqüência Juvenil e Criminalidade. O bullying pode ser apenas o começo de uma série de outros comportamentos degradantes que esse indivíduo pode desenvolver na sua vida.
Histórias tristes e reais são compartilhadas com o leitor. A cada vida que lia me sentia revoltada com a gravidade da ação. Vocês, praticantes deste ato covarde, se ponham no lugar do outro. “Não agüento mais, parece que eles gostam de fazer isso comigo!” Será que esta frase dita por uma vítima, um garoto de 10 anos, não toca sua consciência? Sinceramente, o que vocês ganham atormentando alguém? Prazer de se sentir superior? Se este for o seu objetivo, de fato você é digno de pena, e não tem absolutamente nada ao oferecer ao mundo que o cerca.
O que pode ser feito? A luta antibullying deve ser iniciada desde cedo. Deve ser identificado, reconhecido e tratado como problema social complexo e de responsabilidade de todos. A escola deve representar um papel fundamental na redução desse fenômeno, por meio de programas preventivos e ações combativas nos casos já instalados. Que a instituição escolar atue em parceria com a família dos alunos e com todos os setores da sociedade que lutam pela redução da violência. Devemos exigir políticas públicas e privadas que disponibilizem recursos significativos para formação intelectual, técnica, psicológica e pessoal dos educadores. Temos que proliferar ás diferenças, a tolerância, a cooperação, a justiça, o respeito, a honestidade, a amizade e o amor ao próximo.
Recomendo BULLYING: Mentes Perigosas nas Escolas, para pais, educadores, profissionais da saúde, direito e principalmente para aqueles que sofreram ou sofrem bullying.
"É possível, sim, vislumbrar um mundo melhor no futuro, repleto de gentilezas e de satisfações nas relações humanas. E isso pode começar agora, por mim, por você, por uma legião, colocando abaixo os muros da ignorância, da estupidez, da falta de escrúpulos, que nos sufocam em nossos lares, em nossas escolas, em todos os segmentos sociais.
Temos que ter em mente que é na aurora de nossa vida que devemos aprender a não tolerar qualquer tipo de violência, de preconceito e de desrespeito ao próximo."
